
Nascida a 24 de Dezembro de 1900 em Hanamaulu, no Havai, filha de imigrantes japoneses, Hawayo Takata foi a grande responsável pela introdução e pelo desenvolvimento do método Reiki no Ocidente.
Em 1935, Takata viajou para o Japão, para dar à sua família a notícia da morte de uma das suas irmãs. Na altura sofria de vários problemas de saúde e acabou por ingressar na clínica de Chujiro Hayashi, aluno de Mikao Usui que efectuava tratamentos de Reiki.
Os resultados foram surpreendentes, levando-a a querer aprender o método. Após receber os ensinamentos do primeiro e segundo níveis (Shoden e Okuden), Takata regressa ao Havai para criar a sua primeira clínica.
Em 1938, após ter recebido a visita de Chujiro Hayashi, acaba por ser distinguida com o grau de Mestre, tornando-se na primeira ocidental habilitada a formar outras pessoas e na décima terceira, e última, Mestre iniciada por Hayashi.
Até à década de 70, Takata dedicou-se aos tratamentos de Reiki, formando alunos apenas no primeiro e segundo níveis. Só entre 1970 e 1980, ano da sua morte, é que iniciou os seus primeiros Mestres de Reiki, no total vinte e dois.
O legado de mais de 40 anos de Hawayo Takata é respeitado em todo o mundo, mas despertou também alguma controvérsia.
Takata foi acusada de tornar o Reiki numa prática de elites por cobrar 10 000$ pela formação de mestrado. A sua justificação para o custo elevado tinha por base a convicção de que as pessoas que não pagassem pela sua cura não teriam incentivo para permanecer bem e não teriam o devido respeito pela prática.
Paralelamente, afirmava também que o Reiki tinha deixado de existir no Japão após a Segunda Guerra Mundial e que ela seria a única Mestre de Reiki viva. Esta informação, posteriormente desmentida, levou a que durante algum tempo não houvesse razões para investigar sobre o Reiki junto de outras fontes.
Hawayo Takata estará também na origem da adaptação da história do Reiki à realidade ocidental.
Após a sua morte, os Mestres por ela formados reorganizaram-se e alguns começaram progressivamente a introduzir mudanças. As regras mais restritivas começaram a ser colocadas de parte e o ensino tornou-se mais acessível, levando a que o Reiki se espalhasse por todo o mundo.
Embora numa primeira análise algumas acções de Takata possam parecer questionáveis, há importantes factores históricos e culturais a considerar.
O desenvolvimento do Reiki nos E.U.A. coincide com a Segunda Guerra Mundial, o ataque a Pearl Harbour e a fase do pós-guerra. Esta será a razão que terá levado Takata a adaptar a história do Reiki, para que a prática pudesse ser aceite.
A forma como o Reiki era ensinado por Usui estava fortemente ligada à tradição japonesa, ancorada em valores como a honra, o respeito, a valorização da sabedoria e a busca pelo aperfeiçoamento.
No Ocidente, por razões culturais, esses valores seriam mais difíceis de assimilar, pelo que ao sistematizar a prática, centrá-la em si e estabelecer regras para o seu ensino, Hawayo Takata poderia procurar assegurar que os ensinamentos originais eram preservados e transmitidos, sem alterações, ao longo das gerações.
Há também que ter em conta o facto de que Takata transmitia os ensinamentos de Hayashi, que por sua vez desenvolveu o seu próprio método, ancorado nos ensinamentos de Usui, mas com influência dos seus conhecimentos médicos.
Independentemente da controvérsia gerada em seu torno, Hawayo Takata merece a gratidão e o respeito de todos os praticantes de Reiki, na medida em que foi graças a ela e à sua dedicação que o Reiki chegou a milhões de pessoas em todo o mundo.
Sem ela, o Reiki possivelmente nunca teria chegado ao Ocidente e, no Japão, seria ainda uma prática secreta.
O seu trabalho enquanto terapeuta e professora é amplamente reconhecido, assim como o seu método, o “Usui Shiki Ryoho”, a sua personalidade carismática, o seu talento como empresária e a sua ligação a Chujiro Hayashi, de quem foi uma aluna devota e com quem estabeleceu uma relação próxima.
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